A "PAX" Romana

Vivemos em tempos de "PAX" Romana, ou Paz Romana e já explico porquê. Tal PAX consistia em uma postura de dominação cultural, ideológica e territorial de povos que iam sendo anexados ao Império Romano, e depois aculturados por estes. Tratava-se muitas vezes de se eleger uma guerra preventiva em determinados locais, que permitiam aos romanos expandirem o seu domínio sob o mundo Ocidental e Oriental conhecidos da época, ao mesmo tempo em que submetiam a sua cultura e pensamento, aos povos dominados e gerações a posteriori. A cada novo local conquistado, os lideres ou clãs locais eram destituídos do poder e novos sob apoio romano eram instituídos, e para manter a segurança "romana" em tais provincias soldados legionários e comandantes eram mantidos em cada provincia, eregindo-se postos e fortes de comando, sob o discurso de que estariam mais protegidos sob a tutela romana e seguros de inimigos locais, do que se encontravam anteriormente. A cultura e valores romanos eram ensinadas as crianças, que se desenvolviam sob o signo e ideal romano de Paz, Ciência e Filosofia. Uma forma de incutirem nas jovens mentes, que o modo de viver romano seria um ideal a se perseguir, em paralelo a uma certa tolerância aos costumes e tradições locais, permitidos ás custas de impostos pagos aos romanos, que os mantinham em segurança, com a idéia de um inimigo externo em comum a ser combatido. A educação do modo romano de "Ser" entrava aqui, apesar da tolerância que existia por parte do Império Romano, através da educação os jovens já eram desacreditados desde cedo a reverenciarem suas tradições maternas, consideradas atrasadas e vestigiais de um povo bárbaro e atrasado. Assim muito jovens “cultos” desta nova sociedade, adotavam o latim considerada a língua oficial do Império, vergonhosos de sua condição bárbara de nascimento, muitos se viam na possibilidade de conquistar o “salvo conduto” o nosso “green card” ou “passaporte” dos tempos atuais, que identificava todo cidadão romano “livre” que permitia caminhar livremente por toda a extensão do Império, não só viajar como fixar-se nas localidades que melhor lhe aprouvessem. Coisa muito rara de ser concedida na época, mas havia um caminho e muitos jovens se alistavam no exército Romano, na iminência de receberem tal “salvo conduto” o papel que lhes conferia o real “Status” de Ser um "verdadeiro" Cidadão Romano, e não mais um sujeito "qualquer" de alguma província bárbara anexada por Roma. Como se tais jovens aculturados já não fossem romanos por natureza, apesar de não serem filhos de Roma por nascimento, já o eram ao menos em essência por educação, em seus corações e espiritos, ao compartilharem da visão de mundo dominante, que não outra, se não a romana, como o ditado "todos os caminhos nos levam direto a Roma". Tal engendro mantido por Roma era muito promissor, pois conquistava-se novos territórios, abrandava-se a cultura local, levando-os a pensarem que eram inferiores, desnudos de sua ignorância e saber, recrutando e treinando jovens dispostos a morrerem por este ciclo dominante de aculturação, envolvendo-se em guerras distantes e alheias a sua pátria de origem, morrendo por uma Roma, que o considerava como um cidadão de 2a. classe, um entrante social em termos atuais. Assim as legiões romanas cresciam exponencialmente, o território Imperial ampliava-se, e cada vez menos os "verdadeiros romanos" de nascimento se lançavam ao combate corpo a corpo, relegando tal função aos “novos romanos” vistos pela Sociedade Romana, como melhores eles “estes bárbaros que desejam ser romanos e nunca o serão”, aos nossos próprios “filhos” que serão os mantendores de nossa nação. Podendo dedicar-se a atividades mais nobres, como o direito, artes, poesia e a burocracia de um Império que ao mesmo tempo virava um Grande Estado. Assim formou-se um Império que já existia antes do Romano, como Alexandre “O Grande” um dos primeiros Globalizadores que o mundo dito “civilizado, incivilizado e pós-civilizado” já conheceu um dia, e que perdura até nossos dias atuais, cujo ápice em "duração de tempo" ainda não fora atingindo por outra civilização que não a romana, mas que em aspecto territoriais e culturais tenho dúvidas, se já não fora atualmente superado por uma outra grande civilização pertencente ao “Continente do Novo Mundo” descoberto há 500 atrás ou redescoberto conforme algumas teorias vigentes, ha um tempo ainda mais remoto, pelos “Nórdicos e Bárbaros” Vikings e por uma das mais “Antigas e Numerosas Civilizações” os Chineses. Espero que ao lerem este “post” não encarem, como propositadamente escrevi de que estou fazendo uma apologia contrária, ao líder No. 1 do mundo “Civilizado” atual, que todos conhecemos e que como “Novos Romanos” estão em declinio de sua posição privelegiada como outras mega-civilizações que os precederam como Atlantes, Egípcios, Gregos e Romanos. A intenção é que possamos refletir filosoficamente de um modo inverso ao convencional, Sobre quem Somos Nós?, De Onde Viemos? e Principalmente para Onde Vamos? Ou melhor para aonde nossas escolhas individuais e coletivas nos levarão? Que mundo escolheremos viver e que mundo deixaremos aos nossos filhos quando aqui não mais estivermos presentes? Não cabe somente a mim, responder a tais perguntas, mas a coletividade como um todo “emergente” de tal estado e “natureza” que por hora nos encontramos “enredados” e “conectados” uns aos outros. O que sei é que uma única escolha individual é capaz de reverberar em uma cadeia de acontecimentos, e tal “cadeia” ainda é capaz de gerar novas escolhas e acontecimentos. Positivos ou Não isto dependerá única e exclusivamente de cada Observador dos fatos, que por mais cético que seja, carrega consigo uma subjetividade polarizada em mal ou bem, que por sua vez representam o paradoxo tanto do pensamento dialético e racionalidade humanas, quanto de nossa existência neste Planeta e do que fazemos dela. Sem por demais querer alongar-me, proponho que sejamos ecumênicos em nossa postura, da qual não existe um único “saber ou verdade” no mundo ou mundos possíveis já que somos seres multidimensionais pelas teorias mais recentes da física quântica e cosmologia. Se mesmo assim ainda houver uma única e exclusiva verdade, bem esta será de ordem individual e não coletiva, ou seja subjetiva de cada um. Podemos olhar pelos olhos das coincidências ou das diferenças, como dito antes, tudo depende do Observador que observa os fenômenos e os tangencia, interpreta-os conforme seu referencial de mundo, que ao final não passam de crenças, sejam estas cientificas ou religiosas. Não nos esqueçamos de que nós enquanto brasileiros, também temos uma divida com os verdadeiros “brasileiros” que antes de nós habitavam estas terras tupiniquins, que nos queixamos de não sermos o No. 1 em muitas coisas, e nos esquecemos porém do peso que é Ser o No. 1 e da responsabilidade, que justamente se acompanha por permanecer no mais alto e elevado patamar, onde todos o observam e o responsabilizam por tudo o que de bom e mal há no mundo, que na realidade trata-se apenas de uma projeção de tudo aquilo de bom e mal reunimos dentro de Si-Mesmos. Nós em quanto povo e cultura, também já agimos como romanos, e antes destes, outros povos já subjugavam outros por ganância ou motivados por um falso sentimento de superioridade, servindo de razão para submetermos uma vontade dominate e predatória, destruíndo todo um ecossistema e cultura, que continuam a se perpetuar na história humana. Não nos consideramos "Animais" e quando aceitamos tal Natureza, dizemos que somos Auto-Concientes de Nossa própria Existência nos diferenciando e distanciando dos demais animais existentes, que não se apercebem de sua finitude. Mas só o Homem é propositadamente o "Lobo do Homem", ao final eu me questiono sobre qual será a verdadeira "Besta" de toda esta História ? O vídeo que segue abaixo de forma sutil e irônica faz uma critica a este estado de cultura e aculturamento que nos encontramos "presos", estejamos nós do lado esquerdo ou direito, favorável ou contrário, socialista ou capitalita, somos todos co-responsáveis por nossas ações e consequências do mundo que criamos !!!

“Querido Pã e outros deuses, concedei-me a beleza interior e fazei que meu exterior se harmonize com tudo o que carrego dentro de mim. Que eu possa considerar rico o sábio e possa ter uma quantidade de ouro que só o temperante conseguiria tomar para si ou levar consigo. Precisamos de outra coisa Fedro ? Creio que pedi o suficiente”. Oração proferida por Sócrates no Final do Fedro de Platão.

Namastê !


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